sexta-feira, 28 de junho de 2013

As melhores fontes de proteína

As melhores fontes de proteínas: ovo = carne = leite desnatado = leite de soja = suplemento... e agora?

A briga da proteína é sempre boa, cada um tem sua preferência. Tem os que torram dinheiro nos suplementos, os que são carnívoros invete...rados, o pessoal que é fã dos ovos e também os bebedores de leite, seja de soja, seja de origem animal. No final das contas, cada vendedor puxa para o seu lado e as opiniões se baseiam mais nas paixões e interesses financeiros do que nas evidências científicas.


 Em um estudo do final do ano passado, Burke et al. (2012) analisaram as respostas metabólicas antes e 180 minutos após a ingestão de 20 gramas de proteínas de cinco diferentes fontes: 1) suplemento proteico misturado com água, 2) leite em pó desnatado, 3) leite de soja, 4) carne grelhada e 5) ovos cozidos. O estudo foi dividido em duas partes, uma envolvendo pessoas sedentárias e outra envolvendo atletas. De acordo com os resultados, a área sob a curva das respostas de aminoácidos totais, aminoácidos essenciais, BCAAs e leucina foi a mesma entre as cinco situações! O que diferiu foi o momento em que os picos ocorrem, conforme pode ser visto na figura (por exemplo, picos mais rápidos com alimentos líquidos, mas elevação mais longa com alimentos sólidos). Isso traz informações importantes para o momento de ingestão, bem como para a combinação das fontes proteicas. No entanto, é uma rasteira no pessoal que defende a existência das proteínas mágicas.
 
 

 Mais um ponto a favor da alimentação balanceada e contra as modas que enchem as academias. Os colegas nutricionistas saberão aprofundar a discussão em pontos mais específicos, como os nutrientes que acompanham, benefícios, riscos, dicas de preparo, hora da ingestão, etc. bem como sugerir o momento e situação adequada para ingestão de cada uma dessas fontes. E é justamente por isso que eles são importantes para todos nós. Mas o recado está dado para o pessoal que fica torrando dinheiro em suplementos e também para os que correm para o mercado a cada vez que vêm uma propaganda ou matérias "descobrindo" que determinada fonte proteica seja a melhor, independente da situação!

(Paulo Gentil)

Burke LM, Winter JA, Cameron-Smith D, Enslen M, Farnfield M, Decombaz J. Effect of intake of different dietary protein sources on plasma amino Acid profiles at rest and after exercise. nt J Sport Nutr Exerc Metab. 2012 Dec;22(6):452-62.

sábado, 22 de junho de 2013

Suplementação de óxido nítrico - NO2


  O óxido nítrico (NO), ou monóxido de nitrogênio, é uma substância reconhecidamente importante para sinalização molecular. Na década de 1980, descobriu-se que o NO tem um papel crucial em diversas funções fisiológicas, inclusive no sistema cardiovascular, nervoso e imune, tais descobertas redundaram num interesse crescente neste gás, levando-o a ser considerado a molécula do ano em 1992 (Culotta & Koshland, 1992).
   Os efeitos mais pesquisados do NO são no sistema cardiovascular. O NO é sintetizado nas células endoteliais a partir da arginina e do oxigênio por enzimas chamadas óxido nítrico sintases (NOS) e pela redução de nitratos inorgânicos (Miller & Megson, 2007). Nas células vasculares da musculatura lisa ele atua por vias enzimáticas específicas para promover a vasodilatação (Jeremy et al., 2004), além de inibir a agregação plaquetária (Crane et al., 2005) e ter efeito antiinflamatório (Bath, 1993).

Suplementação

    Recentemente, grande atenção foi dado ao óxido nítrico pelos praticantes de musculação, graças às promessas feitas por fabricantes e vendedores de suplementos alimentares. Como o óxido nítrico é envolvido com o processo de vasodilatação, propagandeou-se que os suplementos prolongariam o inchaço muscular, deixando os músculos maiores, em termos crônicos. Além de mais raramente se falar da possibilidade do NO estar envolvido no processo de sinalização de recuperação muscular, pela sua associação com a resposta imunológica e sua participação na ativação de células satélites.
    O NO é sintetizado em uma grande variedade de células, onde atua como um sinalizador.
   O primeiro ponto a se considerar sobre os suplementos já surge aqui. Por suas características químicas, não há como se ingerir esse gás por meio de suplementos, portanto não se suplementa óxido nítrico. A maioria dos suplementos que tentam se associar ao óxido nítrico traz em sua fórmula o seu potencial precursor, o aminoácido arginina.
    A suplementação de arginina demonstrou promover melhoras nas funções endoteliais em pessoas e animais com patologias específicas, como altos níveis de colesterol, angina e doenças vasculares (Drexler et al., 1991; Creager et al., 1992; Dubois-Rande et al, 1992; Clarkson et al., 1994; Boger et al., 1995; Ceremuzynski et al., 1997; Tousoulis et al., 1997). Entretanto, apesar de existirem resultados convincentes associando a suplementação de arginina com parâmetros cardiovasculares, a forma como a arginina melhora tais funções ainda não é totalmente conhecida, e ainda é questionável se ela realmente exerça efeitos relevantes na quantidade de NO em pessoas saudáveis.
   A disponibilidade de arginina não é limitante para a reação da NOS, pois a quantidade de arginina normalmente disponível no organismo excede em milhares de vezes a quantidade necessária para que as reações de síntese de NO aconteçam (Loscalzo, 2000). De fato, estudos recentes revelam que a suplementação de arginina não promove aumentos na produção de óxido nítrico, além de não influenciar a performance nem o metabolismo durante o exercício (Liu et al., 2008), sendo que resultados similares já haviam sido obtidos anteriormente (Wennmalm et al., 1995).
  Repetindo a idéia já citada anteriormente, quando de fala em suplementos da via do NO, não se discute o uso de NO e sim o uso de arginina. Nesse sentido, independentemente da arginina aumentar a quantidade de NO, o uso de arginina é comprovadamente ineficiente há vários anos. A literatura científica é consistente em comprovar que a suplementação deste aminoácido não promove melhoras nos ganhos de força ou massa muscular em pessoas saudáveis (Williams, 1999; Campbell et al., 2004; Paddon-Jones et al., 2004). Grande parte dos suplementos contém a arginina alfa-cetoglutarato como principal estrela de suas fórmulas, a qual também não tem efeitos benéficos comprovador para praticantes de musculação. Nesse sentido, um estudo recente comparou o uso de creatina sozinha com o uso de um suplemento comercial que continha creatina adicionada a uma fórmula que supostamente estimularia a produção de NO e revelou que não houve diferença nos resultados obtidos, de modo que os efeitos podem ser atribuídos apenas à creatina (Little et al., 2008).
    As propagandas dos suplementos geradores de NO são repletas de impropriedades, a sigla da substância já começa errada, pois NO2 não é óxido nítrico (monóxido de nitrogênio), e sim dióxido de nitrogênio. Outro ponto sinistro é a definição do suplemento como hemodilatador, uma palavra aparentemente inventada pelos vendedores e que, até onde se tem conhecimento, carece de coerência fisiológica. Não se dilata o sangue, como a palavra sugere, se dilatam os vasos, portanto, o termo correto é vasodilator. Outro erro é dizer que os suplementos contem óxido nítrico, algo impossível, como vimos anteriormente devido às características químicas desse gás! A proposta de um efeito vasodilatador constante no músculo treinado seria perigosa, pois causaria desequilíbrios na distribuição de sangue para demais tecidos e órgãos, além de descontrole da pressão arterial.
  Só essas incoerências já seriam suficientes para retirar a credibilidade dos suplementos e dos vendedores, pois demonstram uma gritante limitação de conhecimento e carência de fundamentação teórica.
    Enfim, com base no conhecimento fisiológico e na literatura disponível podemos concluir com segurança que os suplementos que supostamente atuariam na via do NO não trazem os resultados prometidos. Deste modo, pode-se adicionar tais suplementos à enorme lista de substâncias que não tem efeitos científicos comprovados nos ganhos de força e massa muscular e, pior, que não tem condições fisiológicas de induzir os resultados prometidos pelas propagandas.

Referências bibliográficas:

Bath, PM. The effect of nitric oxide-donating vasodilators on monocyte chemotaxis and intracellular cGMP concentrations in vitro. Eur J Pharmacol. 1993;45:53–58.
Boger RH, Bode-Boger SM, Mugge A, Kienke S, Brandes R, Dwenger A, Frolich JC. Supplementation of hypercholesterolaemic rabbits with L-arginine reduces the vascular release of superoxide anions and restores NO production. Atherosclerosis. 1995;117:273–284
Campbell BI, La Bounty PM, Roberts M. The ergogenic potential of arginine. J Int Soc Sports Nutr. 2004 Dec 31;1(2):35-8.
Ceremuzynski L, Chamiec T, Herbaczynska-Cedro K. Effect of supplemental oral L-arginine on exercise capacity in patients with stable angina pectoris. Am J Cardiol. 1997;80:331–333.
Clarkson P, Adams RM, Powe AJ, Donald AE, McCredie R, Robinson J, McCarthy SN, Keech A, Celermajer DS, Deanfield JE. Oral L-arginine improves endothelium-dependent dilation of hypercholesterolemic young adults. J Clin Invest. 1996;97:1989–1994.
Crane, MS; Rossi, AG; Megson, IL. A potential role for extracellular nitric oxide generation in cGMP-independent inhibition of human platelet aggregation: biochemical and pharmacological considerations. Br J Pharmacol. 2005;144:849–859.
Creager MA, Gallagher SM, Girerd XJ, Dzau VJ, Cooke JP. L-Arginine improves endothelium-dependent vasodilation in hypercholesterolemic humans. J Clin Invest. 1992;90:1248–1253.
Culotta, E; Koshland, DE., Jr NO news is good news. Science. 1992;258:1862–1865.
Drexler H, Zeiher AM, Meinzer K, Just H. Correction of endothelial dysfunction in coronary microcirculation of hypercholesterolaemic patients by L-arginine. Lancet. 1991;67:1301–1308.
Dubois-Rande JL, Zelinsky R, Roudot F, Chabrier PE, Castaigne A, Geschwind H, Adnot S. Effects of infusion of L-arginine into the left anterior descending coronary artery on acetylcholine-induced vasoconstriction of human atheromatous coronary arteries. Am J Cardiol. 1992;70:1269–1275.
Jeremy, JY; Rowe, D; Emsley, AM; Newby, AC. Nitric oxide and the proliferation of vascular smooth muscle cells. Cardiovasc Res. 1999;43:580–594
Little JP, Forbes SC, Candow DG, Cornish SM, Chilibeck PD. Creatine, arginine alpha-ketoglutarate, amino acids, and medium-chain triglycerides and endurance and performance. Int J Sport Nutr Exerc Metab. 2008 Oct;18(5):493-508.
Liu TH, Wu CL, Chiang CW, Lo YW, Tseng HF, Chang CK. No effect of short-term arginine supplementation on nitric oxide production, metabolism and performance in intermittent exercise in athletes. J Nutr Biochem. 2008 Aug 15. [Epub ahead of print]
Loscalzo J. What we know and don´t know about L-arginine and NO. Circulation. 2000 May 9;101(18):2126-9.
Miller MR, Megson IL. Recent developments in nitric oxide donor drugs. Br J Pharmacol. 2007 Jun;151(3):305-21.
Paddon-Jones D, Børsheim E, Wolfe RR. Potential ergogenic effects of arginine and creatine supplementation. J Nutr. 2004 Oct;134(10 Suppl):2888S-2894S;
Tousoulis D, Davies GJ, Tentolouris C, Crake T, Toutouzas P. Coronary stenosis dilation induced by L-arginine. Lancet. 1997;349:1812–1813.
Wennmalm A, Edlund A, Granstrom EF, Wiklund O. Acute supplementation with the nitric oxide precursor L-arginine does not improve cardiovascular performance in patients with hypercholesterolemia. Atherosclerosis. 1995 Dec;118(2):223-31.
Williams MH. Facts and fallacies of purported ergogenic amino acid supplements. Clin Sports Med. 1999 Jul;18(3):633-49.  

Gease
Paulo Gentil

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Os benefícios da atividade física na gestação

  
   A gravidez não é motivo para a suspensão de atividades físicas, salvo em situações especiais. Manter-se em bem condicionada fisicamente pode parecer uma preocupação “fútil” para algumas mulheres grávidas, mas manter-se ativa neste período está longe de ser uma opção, ao contrário disto, o exercício físico deve fazer parte da vida da gestante.
    Em 1985, o American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG) publicou suas primeiras diretrizes sobre a prática de atividades físicas durante a gravidez e o período pós-parto. Dada a escassez de estudos na época, essas orientações foram por demais conservadoras (ACOG, 1985), inclusive mais cautelosas que as recomendações do American College of Sport and Medicine (ACSM) de 1978, dentre as quais orientava que a intensidade do exercício para a gestante deveria ser baseada na frequência cardíaca máxima de 140 bpm.
    Em 2005, o ACSM realizou uma mesa redonda para avaliar a literatura disponível até aquele momento, e concluiu que a atividade física não traz prejuízo à gestante. Na realidade, traz inúmeros benefícios tanto para mãe quanto para o feto (Pirvanik et al, 2006). Então, iremos passar
informações a respeito dos benefícios adquiridos por gestantes que se exercitaram antes, durante e após a gravidez.

Benefícios para o feto antes e após o parto

     Os principais benefícios da prática de exercícios para o feto, durante a gestação, são ocasionados pelos efeitos na redução intermitente do fluxo sanguíneo uterino, pelo crescimento da placenta e pela menor disponibilidade de nutrientes devido às alterações na função placentária. As conseqüências disso são bebês mais magros ao nascer (Bell et al., 1995; Clapp et al., 1996; 2000), com maior tolerância às tensões fisiológicas na gravidez tardia e no trabalho de parto (Clapp et al., 1996, 2000). É importante destacar que, apesar do baixo peso ao nascer, não há aumento no risco de prematuridade comparado aos recém-nascidos de mulheres sedentárias (Misra et al.1998; Hatch et al., 1998; Mudd et al., 2013).
    Em outro estudo, observou-se que, logo após o parto, os recém-nascidos das “mães atletas” estão mais alertas e menos irritados. Tudo indica que esses comportamentos são devido ao resultado da estimulação fetal que ocorreu durante os exercícios. Essas influências durante a gravidez podem repercutir no pós-parto, ao longo da infância e muitas vezes por toda a vida (Nathanielsz, 1999; Clapp et al., 1999; 2000). Para comprovar essa hipótese, Clapp et al. (1996, 1999) examinaram crianças com idade entre um e cinco anos, e verificaram que os filhos das mulheres que se exercitaram durante a gravidez apresentaram melhores habilidades mentais e motoras, eram mais magras e apresentaram melhor desempenho em testes de inteligência.
    O que o futuro reserva para essas crianças é incerto, mas prevê que se mantenham magras, inteligentes e com melhor função cardiovascular e metabólica, o que poderá contribuir para uma boa capacidade atlética quando jovens (Mudd et al., 2013; Clapp et al., 2000).

Benefícios maternos após o parto

     Utilizando exames e questionários realizados ao longo do primeiro ano após o parto, Clapp et al. (2000) avaliaram a saúde mental, ganho de peso, melhora da região abdominal, lesão músculo esquelética e funcionamento da bexiga de 150 voluntárias. Os resultados seguem abaixo:

* As gestantes que se exercitaram durante e após o parto demonstraram uma condição psicológica melhor do que as sedentárias, o resultado final foi uma diminuição no estresse e nos sintomas da depressão (em até 60%), o que refletiu positivamente na relação materno-infantil.
 

* As estatísticas demonstraram que mais de 90% das mulheres que realizaram exercícios periodicamente durante a gravidez continuaram sua rotina após o parto, e 70% conseguiram atingir sua forma física pré-gestacional. O tempo médio para voltarem a se exercitar foi de duas semanas , variando entre três dias e oito semanas. A maioria conseguiu atingir a intensidade pré-gravidez em seis meses e, o mais curioso, com capacidade aeróbia muitas vezes maior (6%-15%) que o nível pré-gestacional.

* Um ano após o parto, as mulheres que se exercitavam tiveram 30% mais chances de voltarem ao peso e percentual de gordura pré-gravidez.

* Com relação à aparência da região abdominal, os autores aplicaram um questionário no qual as voluntárias davam uma nota de 0 a 10 para suas barrigas. Para aquelas que faziam exercícios regulares, a média das notas foi igual a 8. Já as que não praticavam nenhum tipo de atividade física a nota máxima foi 4.

* Nove a cada 10 mulheres não relataram dores, sangramentos intensos, lesões músculo-esqueléticas, problemas reprodutivos ou de amamentação associados ao retorno à prática de atividades físicas.

* Durante a gravidez, muitas mulheres desenvolvem uma perda no controle da bexiga. Para algumas, isso se torna um problema crônico após o parto. Inclusive, uma das preocupações dos médicos é que isso possa ser agravado com a prática de exercícios. No entanto, foi verificado que, no período imediato após o parto, a incidência desse tipo de problema foi maior no grupo controle (60%) que no grupo das mulheres que realizaram exercícios (40%). Esses valores normalmente caem progressivamente em ambos os grupos ao longo do tempo. Mas, um ano depois, a incidência no grupo do exercício foi 20% menor.

Parto normal x cesariana

     Acreditava-se que a prática de atividade física durante a gestação pudesse estimular indiscriminadamente as contrações uterinas provocando a antecipação do trabalho de parto. Contudo, outros fatores, como a idade (menos de 20 e mais de 40 anos), tabagismo, gestação múltipla, diabetes e pré-eclampsia, são mais preocupantes (Bishop et al., 1992; Lawn et al., 2010).
    Bungum et al. (2000) e Dumith et al. (2012) verificaram um menor risco de parto cesariano em mulheres que realizavam exercícios físicos, especialmente nos dois primeiros trimestres de gravidez.    
    Já em gestantes sedentárias, esse risco chegava a ser 4,5 vezes maior (Bungum et al., 2000).
 
Ganho de peso gestacional
 
    Mulheres que ganham muito peso durante a gestação têm maiores riscos de diabetes, de hipertensão gestacional e de gerarem bebê macrossômico (peso superior a 4kg). Neste sentido, o controle de peso antes, durante a após a gestação é fator primordial para a saúde tanto da gestante quanto do feto (Mudd et al., 2013).
    Vários estudos verificaram que a atividade física bem orientada é capaz de ajudar na prevenção do excesso de peso durante a gestação (Clapp et al., 1995; Mudd et al., 2013). Um exemplo disso foi a pesquisa de Clapp et al. (1995) na qual as gestantes que praticavam exercícios eram em média 4kg mais magras que as sedentárias.
    Vale a pena destacar a importância da dieta no controle do peso, pois mulheres que se exercitam e se alimentam de forma saudável, ao final da gestação, podem pesar até 7kg a menos do que aquelas que fazem somente exercícios (Clapp et al.1995).
 
Conclusão:
 
Podemos concluir que a atividade física durante a gestação pode trazer diversos benefícios para o feto como:
  • Maior tolerância para as tensões fisiológicas na gravidez tardia;
  • Maior tolerância ao trabalho de parto;
  • Melhor tolerância ao estresse;
  • Melhor desenvolvimento neurológico;
  • Menor peso ao nascer (saudável);
  • Menor risco de prematuridade;
  • Recém-nascidos mais alertas e menos irritados;
  • Maiores chances de serem magros, mais inteligentes e com melhor função cardiovascular, motora e metabólica quando crianças.
 
Os benefícios maternos incluem:
  • Melhora da função cardiovascular;
  • Melhora do estado psicológico;
  • Ajuda no controle do peso corporal;
  • Contribui para uma recuperação pós-parto mais rápida;
  • 30% mais chances de voltarem ao peso pré-gravidez;
  • Diminui os riscos de parto prematuro e cesariano;
  • Diminui as dores e os sangramentos intensos;
  • Previne lesões músculo-esqueléticas;
  • Ajuda no controle da bexiga.
 
Referencias Bibliográficas
 
American College of Obstetricians and Gynecologogists. Technical Bulletin: Exercise during Pregnancy and the Postnatal Period. Washington (DC): ACOG. 1985.
Bell RJ, Palma SM, Lumley JM. The effect of vigorous exercise during pregnancy on birth weight. Aust N Z J Obstet Gynaecol. 35 (1): 46-51. 1995.
Bishop KR, Dougherty M, Mooney R, Gimotty P, Williams B. Effects of age, parity, and adherence on pelvic muscle response to exercise. Am J obstetricians gynecologists Neonatal Nurse. (21): 401-6.1992.
Bungum TJ, Peas Lee DL, Jackson AW, Perez MA. Exercise during pregnancy and type of delivery in nulliparae. J obstetricians gynecologists Neonatal Nurse. 29:258-64. 2000.
Clapp JF 3rd, Little KD. Effect of recreational exercise on pregnancy weight gain and subcutaneous fat deposition. Med Sci Sports Exerc 27:170-7.1995.
Clapp JF, Lopez B, Harcar-Sevcik R. The neonatal behavioral profile of the offspring of women who continued to exercise regularly throughout pregnancy. Am J Obstet Gynecol. (180):91. 1999.
Clapp JF. Exercise during pregnancy. A clinical update. Clinics in Sports Medicine. 19(2). 2000.
Clapp JF: Exercise during pregnancy. In Bar-Or 0, Lamb D, Clarkson P. Perspectives in Exercise Science and Sports Medicine: Exercise and the Female: A Life Span Approach. Carmel, IN, Cooper Publishing Group. p 413. 1996.
Dumith, Samuel C, Domingues, Marlos R, Mendoza-Sassi, Raul A, Cesar, Juraci A. Atividade física durante a gestação e associação com indicadores de saúde materno-infantil. Rev. Saúde Pública. 46(2): 327-333. 2012.
Hatch M, Levin B, Shu XO, Susser M. Maternal leisure-time exercise and timely delivery. Am J Public Health. 88 (15): 28-33. 1998.
Kardel KR, Kase T. Training in pregnant women. Effects on fetal development and birth. Am J Obstet Gynecol. 178 (2): 280-6. 1998.
Lawn JE, Gravett MG, Nunes TM, Rubens CE, Stanton C. Global report on preterm birth and stillbirth (1 of 7): definitions, description of the burden and opportunities to improve data. BMC Pregnancy Childbirth. 10 (Suppl 1):1. 2010.
Lokey EA, Tran ZV, Wells CV, et al. Effect of physical exercise on pregnancy outcomes: A meta-analytic review. Med Sci Sports Exerc. 23:1234. 1991.
Misra DP, Strobino DM, Stashinko EE, Nagey DA, et al. Effects of physical activity on preterm birth. Am J Epidemiol. 147:628-35. 1998.
Nathanielsz PW. Life in the womb-the origin of health and disease. Ithica, NY, Promethean Press. 363. 1999.
Webb KA, Wolfe LA, McGrath MJ. Effects of acute and chronic maternal exercise on fetal heart rate. J Appl Physiol. 77(5):2207-13. 1994.

Adaptado por Eduardo R. Alvarenga
www.gease.pro.br
Elke Oliveira