sexta-feira, 24 de maio de 2013

Redução de peso antes das competições de luta

Introdução

    As competições nas modalidades desportivas de lutas são divididas em categorias de acordo com o sexo, idade, massa corporal e graduação.
    Geralmente, atletas adultos optam pela mudança de categoria quando se encontram basicamente em duas situações: a) atletas com massa corporal quase no limite inferior da categoria; b) Atletas com massa corporal quase no limite superior da categoria.
    Diante dessas situações, os atletas possuem as seguintes opções para efetuarem a mudança de categoria, de maneira: incremento da força relativa e absoluta através do aumento da massa muscular, associada com a diminuição ou manutenção do percentual de gordura e ou redução da massa corporal (perda de peso).

Considerações sobre a prática de redução da massa corporal antes das competições
 
    A prática de redução da massa corporal é uma estratégia competitiva um tanto comum entre os atletas das modalidades desportivas de luta. Muitas vezes ela é adotada por atletas que já se encontram com um ótimo percentual de gordura para a modalidade, mas que mesmo assim insistem em baixar de categoria.
    Tal prática é adotada na ilusão de que estando na categoria inferior, possam enfrentar adversários com menos massa corporal, e relativamente com uma força absoluta inferior quando comparados aos da categoria superior. Dessa forma, os lutadores esperam compensar uma possível inferioridade e/ou igualdade técnico-tática diante de seus adversários, pela imposição de um superior nível das capacidades motoras de força e de massa corporal.
    Entretanto, os atletas parecem apenas avaliar e pensar somente nos aspectos positivos que essa estratégia possa trazer, sendo que na realidade podemos constatar muito mais desvantagens e contra indicações, do que vantagens associadas a essa estratégia competitiva.
    As lutas desportivas são modalidades extremamente complexas. A performance geral envolve capacidades e habilidades físicas como a velocidade, força explosiva, resistência de força, reatividade neuro-muscular, coordenações grossa e fina, força máxima e equilíbrio.  
    Os componentes técnico e tático representam os principais fatores determinantes da performance, e assim sendo, podemos concluir que o resultado final competitivo nunca pode ser atribuído a uma variável apenas, mas sim ao conjunto de todas agindo em harmonia.
    ZATSIORSKY (1999), afirma que a redução de massa pode ser uma estratégia aceitável quando empregada de forma adequada (a perda não deve ser maior do que 1Kg por semana em atletas "médios" e de 2,5Kg por semana em atletas de elite). No entanto, os relatos e experiências no trazem casos onde na maioria das vezes, a estratégia é aplicada praticamente às vésperas da competição (uma ou duas semanas antes da competição, até a véspera da mesma), podendo ser extremamente prejudicial tanto para a performance como que para a saúde do atleta também.
    FRANCHINI (2001), afirma que o grande problema é que a redução da massa corporal é feita pela combinação de restrição alimentar e perda de líquidos corporais por meio da realização de exercícios em um ambiente quente ou vestindo roupas de borracha / plástico. Outros dois recursos também muito utilizados são os diuréticos e os laxantes, que podem ocasionar problemas renais e irritação da mucosa intestinal, respectivamente (NEVES, 1996 APUD FRANCHINI, 2001).
    A redução rápida de peso em menos de uma semana é a mais prejudicial ao organismo, pois ocorre principalmente pela desidratação, enquanto dietas mais prolongadas obtêm o resultado por meio de diminuição da ingestão calórica, fazendo que o atleta consuma menos energia do que gasta, mas mantenha-se hidratado (FOGELHOLM ET AL., 1993; FOGELHOLM, 1994 APUD FRANCHINI, 2001).
    
    Quando a redução é realizada de forma brusca, geralmente ocorre:
a) Redução de força muscular.
b) Declínio no tempo de desempenho.
c) Menor volume plasmático e sanguíneo.
d) Redução na eficiência do miocárdio.
e) Diminuição do consumo máximo de oxigênio (especialmente com restrição calórica).
f) Enfraquecimento do processo termorregulador.
g) Diminuição do fluido de sangue renal e no volume de líquidos sendo filtrados pelo rim.
h) Depleção dos estoques de glicogênio no fígado.
i) Aumento no total de eletrólitos sendo perdidos pelo corpo.

Conclusões

    A redução de massa corporal deve ser utilizada apenas em casos onde são encontrados altos índices de gordura corporal
    Mesmo assim ela deve ser estudada e planejada cuidadosamente pelos técnicos e preparadores físicos, de maneira a preservar a integridade física do atleta, garantindo sua saúde e melhora da performance competitiva.
    A redução extrema da massa corporal em períodos curtos de tempo é insegura e pode ser muito prejudicial à performance dos lutadores na competição.
    O ideal seria que os atletas competissem na categoria em que se encontram, preocupando-se mais em elevar seus níveis técnico-táticos, ao invés de somente se preocuparem com as capacidades físicas.
    A melhor alternativa para a perda de massa corporal seria o incremento da força relativa através do ganho de massa muscular.
    Métodos como o uso de vestimentas de borracha e/ou plástico, uso de diuréticos e restrição de líquidos devem ser extremamente desencorajados pelos técnicos e preparadores responsáveis.

Referências bibliográficas

FRANCHINI, E. Judô: Desempenho competitivo. São Paulo: Barueri, Manole, 2001.
 
KININGHAM R. B.;GORENFLOD.W. Weight loss methods of high school wrestlers. Med. Sci. Sports Exerc., Vol 33, Nº 5, 2001 pp810-813.
 
McARDLE, W; KATCH. F; KATCH, V.: Fisiologia do Exercício: Energia, Nutrição e Desempenho Humano, 5º ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.ª, 2003.

TAKASHI U; SHIGEYUKI N; TADASHI S; YOSKE Y; MANABU T; KAZUO S. Adverse effects of energy restriction on myogenic enzymes in judoists. Journal of Sports Sciences, 2004, 22, 329-338.

VERKHOSHANSKI, Y.V. Treinamento desportivo - Teoria e metodologia. Adaptado por Antonio Carlos Gomes, e Paulo Roberto de Oliveira. Porto Alegre ARTMED, 2000.

ZATSIORSKY, V. M. Ciência e prática do treinamento de força. São Paulo, SP: Phorte Editora, 1999. 315p.

Adaptado por UP! Personal Trainer
Fonte orignal: http://www.efdeportes.com/efd75/luta.htm

 

domingo, 12 de maio de 2013

Consumo de carboidrato à noite pode ajudar na dieta


   Comer carboidrato à noite sempre foi apontado como um hábito a ser mudado na hora de emagrecer.

   Os pães e massas foram visto como vilões por tanto tempo que a proibição do consumo desse tipo de alimento após as 18h se tornou base de algumas dietas famosas. Isso porque durante o sono nosso metabolismo desacelera, exigindo menos energia. No entanto, uma pesquisa realizada na Universidade Hebraica de Jerusalém, em Israel, decidiu investigar essa máxima da dieta.    A conclusão é que isso é um mito e que o consumo desse nutriente à noite pode até diminuir a fome durante o dia, ajudando na perda de peso.
   Segundo Tereza Cibella, nutricionista da Equilibrium e consultora de nutrição da Adria, acreditava-se que as calorias dos carboidratos não seriam consumidas pelo corpo durante a noite, sendo acumuladas na forma de gordura, porém, essa energia é usada para o funcionamento cerebral e dos órgãos. “O que o estudo aponta é que o ganho de peso não está relacionado ao carboidrato consumido à noite e sim à qualidade da alimentação no restante do dia, ao sedentarismo e ao exagero na quantidade de alimentos consumidos”, defendeu.
   Para o estudo os pesquisadores acompanharam 78 voluntários, que seguiram uma dieta de 1.500 calorias diárias. A dieta era composta de 20% de proteína, 30% a 35% de gorduras e de 45% a 50% de carboidratos. Os participantes foram divididos em dois grupos, o primeiro deveria consumir a cota de carboidrato apenas durante o dia, enquanto o segundo comia esse tipo de alimento no período da noite. Após seis meses, todos os participantes perderam 10 kg.
   A principal diferença encontrada entre os dois grupos foi a taxa de leptina, hormônio que ajuda a controlar o apetite. Os participantes que consumiram carboidrato à noite apresentaram quantidades maiores dessa substância, sentindo menos fome durante o dia.
   Além da leptina, houve alteração em outros dois hormônios: a grelina e a adipectina. “A primeira promove o apetite, sua concentração costuma ser alta durante o jejum ou períodos que antecedem as refeições, caindo logo após nos alimentarmos. Já a adipectina possui propriedades antiaterogênicas, que evita o depósito de gordura nas artérias, e anti-inflamatórias. Além disso, ela ajuda na ação da insulina, reduzindo o risco de diabetes”, explicou Tereza.
   A ideia principal do consumo de carboidrato à noite como caminho para o emagrecimento é que se a pessoa perder peso sem grandes proibições e sentindo menos vontade de comer irá ter mais chances de seguir na dieta. Porém, para manter-se saudável e de bem com a balança a nutricionista recomenda distribuir o carboidrato entre todas as refeições. “A ingestão de carboidrato deve ser de 50% a 60% do valor calórico total diário de uma alimentação não restritiva”, afirma. A especialista afirma ainda que, neste caso, não haveria diferença no resultado caso o consumo fosse de produtos integrais.
   Apesar da “liberação” do carboidrato, é importante lembrar que o equilíbrio alimentar é o caminho para a perda de peso. E nada de alimentos pesados à noite para não prejudicar o sono. “O ideal é combinar a massa com legumes e verduras, carnes magras e fibras, como aveia linhaça e sementes. Lembrando também que a quantidade a ser consumida deve ser um prato raso ou até dois pegadores de massa”, explica Tereza. A prática de atividades físicas também ajuda a manter a forma e estimulam a liberação de hormônios que oferecem a sensação de bem estar e prazer.